quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Seleção masculina inicia a luta pelo inédito ouro olímpico


Com os holofotes virados para Ronaldinho Gaúcho, o Brasil estréia contra a Bélgica nesta quarta-feira

Cinco vezes campeão mundial, o Brasil entra em campo nesta quinta-feira, às 6h (horário de Brasília), no estádio de Shenyang, na China, para iniciar pela 11ª vez a luta pelo ouro olímpico. Até hoje, a seleção só conquistou três medalhas. Prata em 1984 e em 1988. E bronze em 1996. O adversário é a perigosa Bélgica, que eliminou equipes tradicionais da Europa para se classificar e tem um time alto e forte. Ainda estão no Grupo C a China e a Nova Zelândia. A Rede Globo e o SporTV transmitem ao vivo a partida, que terá também o acompanhamento em Tempo Real pelo GLOBOESPORTE.COM.

A frase já virou clichê: "É o único título que falta ao futebol brasileiro". Na verdade, o tabu incomoda. Craques nunca faltaram nas Olimpíadas. Nada menos do que 17 campeões mundiais - Aldair, Bebeto, Dunga, Gerson, Jorginho, Juninho Paulista, Lucio, Luizão, Rivaldo, Roberto, Roberto Carlos, Romário, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Taffarel, Vavá e Zózimo - já tiveram a chance de conquistar o ouro. Mas falharam. Agora, em um dos raros momentos olímpicos do futebol, Ronaldinho Gaúcho terá uma segunda chance. Apenas outros dois brasileiros tiveram esta sorte: o lateral Luís Carlos Winck (prata em 1984 e em 1988) e o atacante Bebeto (prata em 1988 e bronze em 1996).

Na primeira tentativa, Ronaldinho fracassou. Em 2000, a seleção foi eliminada de forma vergonhosa por Camarões nas quartas-de-final. Com dois jogadores a mais em campo, perdeu com um "gol de ouro" na prorrogação. Agora, ele tenta a volta por cima. Um novo rumo na carreira. Após a Copa do Mundo de 2006, o então melhor jogador do mundo começou a descer a ladeira. As más atuações, as noitadas fora de campo... E a idolatria no Barcelona acabou. Afastado e sem jogar por cinco meses na última temporada, acabou negociado para o Milan por míseros US$ 32 milhões (cerca de R$ 51 milhões). Menor do que o Manchester City, da Inglaterra, pagou ao CSKA, da Rússia, pelo ex-corintiano Jô na mesma época: US$ 38 milhões (aproximadamente R$ 60 milhões).
Desvalorizado, Ronaldinho Gaúcho voltou a respirar ares de "pop star" na Ásia. Em Cingapura e no Vietnã, onde a seleção olímpica fez a preparação, o assédio ao craque foi enorme. Na China, nada mudou. Ele é a estrela. Apesar da má fase em campo nas últimas duas temporadas, o craque ainda está em alta no Oriente. Ronaldinho anuncia sete marcas na Ásia e tem mais de 100 produtos licenciados no continente. Um calor humano que ajudou o camisa 10 a reencontrar a motivação.

- Foi muito diferente. Todo muito queria me tocar. Foi uma das vezes que fiquei muito próximo dos torcedores. É bom receber esse carinho. E quero retribuir. Trabalhei forte para chegar bem às Olimpíadas - disse.

Ronaldinho será o único jogador acima dos 23 anos da seleção brasileira em campo nesta quarta-feira contra a Bélgica. Robinho não foi liberado em cima da hora pelo Real Madrid. E o zagueiro Thiago Silva está machucado. Breno entra no time para formar a zaga com Alex Silva.

Nesta terça-feira à noite, a seleção teve uma boa notícia. O acordo com o Schalke 04 e o Werder Bremen para a liberação de Rafinha e Diego. Os dois corriam o risco de serem obrigados a voltar aos seus clubes após o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) decidir a favor da reivindicação apresentada por eles contra o pronunciamento da Fifa que os obrigava a ceder os jogadores, por serem menores de 23 anos. Os dois vão estar em campo.

A Bélgica volta aos Jogos Olímpicos após 80 anos. A última participação do país europeu tinha sido em 1928, em Amsterdã. Ao contrário do Brasil, a seleção já conquistou uma vez o ouro olímpico. Foi em 1924.

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