quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Galo vence o Peixe na Vila Belmiro e Cuca volta a balançar forte

Peixe faz 2 a 0, mas leva a virada. Torcida xinga jogadores, o técnico e tenta invadir camarote do presidente santista

O Atlético-MG venceu o Santos por 3 a 2, nesta quarta-feira à noite, na Vila Belmiro, conquistou sua primeira vitória fora de casa no Brasileirão, e complicou de vez a situação do Peixe e do técnico Cuca, que foi chamado de burro pela torcida e volta a balançar forte no cargo após a segunda derrota consecutiva em casa (o Santos já havia perdido para o Coritiba no último domingo).

Com esse resultado, o Alvinegro Praiano permanece com 17 pontos, na antepenúltima posição. Já o Galo vai a 24 pontos e fica mais longe da zona de rebaixamento.

O Santos volta a campo no próximo domingo, às 18h10m (horário de Brasília), para enfrentar o Náutico, em Recife. Já o Atlético-MG recebe o líder Grêmio, sábado, às 18h20m (Brasília), no Mineirão.

Defesas em pane, ataques aproveitam

As defesas de Santos e Atlético-MG deram muita emoção ao primeiro tempo da partida desta quarta-feira. As duas equipes marcavam muito mal pelo lado esquerdo e, com isso, proporcionavam lances de perigo para o adversário. No Peixe, Michael, que deveria ser o lateral-esquerdo, atuou à frente, quase como um terceiro atacante. Pelo Galo, César Prates, lento, não acompanhava as descidas de Maikon e Quiñonez.

E foi às costas de Prates que saiu o primeiro gol do Peixe, logo aos dois minutos de jogo. Maikon desceu com rapidez pela direita e cruzou à meia altura. Kléber Pereira apareceu por trás da zaga e completou de cabeça para o gol vazio.

O Santos continuou em cima, sempre atacando pela direita, mas desandou a desperdiçar chances. Aos 21, Prates recuou mal para Vinícius, que perdeu na corrida para Kléber Pereira. O artilheiro invadiu a área e chutou forte, mas acertou a rede pelo lado de fora. Aos 24, foi a vez de Maikon perder o gol. Ele recebeu lindo lançamento de Kleber e saiu de frente para o goleiro Edson, mar chutou para fora. No lance seguinte, Kleber teve a chance para ampliar quando a bola apareceu à sua frente, na pequena área, mas ele cabeceou para fora.

De tanto insistir, o Santos chegou ao segundo gol aos 28. Sempre pelo seu lado direito. Quiñonez cruzou no primeiro pau. O zagueiro Vinícius tentou cortar e acabou marcando contra.

O Peixe nem teve tempo para comemorar a vantagem. Aos 29, a bola é lançada para a direita. Eller não corta e Jael entra sozinho, toca por baixo de Douglas e sai para comemorar.

Douglas não pôde fazer nada nesse lance, mas acabou sendo decisivo no fim do primeiro tempo, ao evitar o empate do Galo. Foram duas grandes defesas. Aos 37, Petkovic cobrou escanteio e a bola sobrou para Marques, que emendou de voleio. O goleiro santista defendeu à queima-roupa. Aos 44, Pet cobrou falta da entrada da área e só não empatou o jogo porque o camisa 1 do Peixe espalmou.

Peixe entra em parafuso e Galo vira

O Atlético voltou para o segundo tempo marcando melhor e sufocou o Santos em seu campo. Rondou a área santista até empatar a partida aos cinco minutos. Pet acertou ótimo passe para Marco Aurélio, que entrou às costas de Fabiano Eller e afundou de pé direito, sem chances para Douglas.

Com o empate, o Peixe entrou em parafuso. Passou a se mandar para o ataque desordenadamente, mas, errando vários passes, não conseguia ameaçar o gol de Edson, que se tornou um mero espectador.

O técnico Cuca tentou melhorar o time colocando mais um atacante, Cuevas, no lugar do zagueiro Marcelo. Apodi entrou para dar mais velocidade pela ala direita e entrou na vaga de Adoniran. Quiñonez passou para o meio. As mudanças deixaram o Santos mais leve. Mais isso não significou velocidade, mas pressa.

Sem entrosamento, muito menos senso coletivo, os santistas passaram a tentar resolver sozinhos. Aí, foi um tal de Cuevas querer marcar da intermediária, de Michael querer fazer fila pelo meio sem sucesso...

Mas apesar do descontrole do Santos, o Atlético não mostrava muita força para se aproveitar. Até tinha espaços para atacar, mas não chegava.

Ainda que desordenadamente, o Peixe até conseguiu criar chances e quase desempatou aos 24, com Apodi, que recebeu na meia-lua, virou e chutou de esquerda. A bola passou raspando a trave.

Se o Galo não tinha forças suficientes para tentar a virada, o Peixe deu uma forcinha. Aos 29, o equatoriano Quiñonez tentou dar um corte dentro da área e perdeu a bola para Rafael Aguiar, que só teve o trabalho de colocar no canto direito de Douglas.

Com o terceiro gol do Galo, acabou a paciência do torcedor santista, que passou a cobrar duramente os jogadores.

- Não é mole, não. Tem de honrar a camisa do Peixão - gritava a arquibancada.

Dentro de campo, o time sentiu e o que era descontrole virou desespero. O Galo, como se jogasse no Mineirão, virada o jogo de um lado para o outro, fazendo os santistas correrem.

O quarto gol do Galo não saiu aos 39 porque Douglas fez uma grande defesa. Após chute da entrada da área, a bola é desviada e quase encobre o goleiro, que conseguiu se esticar e mandar por cima.

A partir dos 42, o técnico Cuca passou a ser chamado de burro pela inconformada torcida santista. Um grupo chegou até a tentar invadir o camarote da diretoria. O treinador pode cair ainda nesta quarta-feira.

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