domingo, 10 de agosto de 2008

Metade do caminho já foi: Grêmio goleia o Galo e conquista o turno

Já dá para colocar metade da estrela na camisa, porque o Grêmio, com futebol e sorte de campeão, fez 4 a 0 no Atlético-MG em Belo Horizonte e conquistou neste sábado o primeiro turno do Campeonato Brasileiro. O detalhe que enche de otimismo até o mais descrente dos tricolores é que desde 2003, quando a competição passou a ser disputada em pontos corridos, o campeão do turno também conquistou o Nacional ao término do returno. E não é tudo: com a goleada, o Grêmio chegou a 71,9% de aproveitamento no final do turno. O percentual é inédito. Cruzeiro, Santos, Corinthians e São Paulo, campeões desde 2003, não chegaram a tanto. De quebra, o time gaúcho abriu dez pontos de vantagem para o primeiro clube fora da zona de classificação para a Libertadores. O Galo, com a derrota, viu interrompida uma animadora seqüência de duas vitórias consecutivas. O Atlético entra no domingo em 11º, com 24 pontos, e volta a campo na quinta-feira, no Rio de Janeiro, contra o Botafogo, pela Sul-Americana. O Grêmio tem clássico Gre-Nal um dia antes, também pela competição continental, e deve ir com time reserva. Ouça aqui os gols do jogoSorte de campeão Ter cara e sorte de campeão é vencer mesmo quando o adversário é superior. O Grêmio foi assim no primeiro tempo. Competente, soube conter o maior volume de jogo do Galo nos primeiros 45 minutos. De lambuja, encaixou um contra-ataque e pulou na frente no placar. Para ameaçar o gol de Victor, o adversário precisa suar um bocado e ainda estar em uma daquelas jornadas iluminadas. A defesa do Grêmio é uma fortaleza. E a prova esteve no gramado do Mineirão. Porque a bola ficou quase sempre nos pés de algum atleticano e, paradoxalmente, o time mineiro teve raras chances efetivas de gol. Petkovic e Serginho oscilaram boas jogadas com momentos de sumiço. Quando pintaram oportunidades para o Galo, elas morreram na sorte de campeão do Grêmio. Aos 14 minutos, Petkovic dominou pela esquerda e tocou por cobertura, sem condições de Victor buscar. Mas a bola foi manhosa. Voou, passeou pelo céu do Mineirão e bateu na trave de Victor. Sorte de campeão... Segurar o Galo já estava de bom tamanho. Mas o Grêmio foi além. Aos 35 minutos, Marcel, centroavante brincando de articulador, fez lançamento preciso para Willian Magrão, volante brincando de centroavante. Ele recebeu na área e bate estranho, sem força, um tanto desequilibrado. Aí a bola desviou em Leandro Almeida, enganou Edson e entrou de fininho. Precisa dizer que é sorte de campeão? Futebol de campeão Mas um candidato a título não é feito apenas de sorte. Precisa de futebol, e muito. E aí o Grêmio volta a sobrar. A postura da equipe de Celso Roth no segundo tempo foi uma aula de tática. O Grêmio jogou demais. Fechadinho (e intransponível) lá atrás, o time gaúcho infernizou a vida do Galo em contra-ataques rápidos e mortais. Já era para ter feito o segundo gol aos sete minutos, em cabeceio certeiro de Marcel que o goleiro Edson salvou com grande defesa. Quatro minutos depois, não teve jeito. Vinícius permitiu que Perea dominasse na área e, apavorado, se viu obrigado a cometer o pênalti. Tcheco bateu e fez. O jogo não mudou muito com o segundo gol tricolor. O Galo seguiu buscando o gol, mas sem sucesso. E o Grêmio, cada vez mais ameaçador, quase ampliou aos 27. Edson fez duas grandes defesas em lances de Marcel e Perea. Aos 33, Reinaldo, que acabara de entrar, chutou duas vezes para fazer o terceiro. Cinco minutos depois, livre na área, fechou o placar a favor de um time com futebol e sorte de campeão. E que realmente é, pelo menos no primeiro turno, o grande campeão.

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